3º dia do júri

Médico Leandro Boldrini acusa a madrasta pela morte do filho

Gabriela Perufo


Enquanto o clima pelas ruas de Três Passos parecia só mais um dia normal, do lado de dentro do Fórum do município de 24 mil habitantes os ânimos foram mais exaltados no terceiro dia de Tribunal do Júri do Caso Bernardo. 

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O dia começou com depoimentos das últimas testemunhas ouvidas, as três indicadas pela defesa de Leandro Boldrini, réu por homicídio quadruplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. O médico, pai do menino Bernardo, morto em 2014 com 11 anos, foi ouvido à tarde, após intervalo na sessão. Apesar de momentos de discussão ao longo do júri, o depoimento de Boldrini era o mais aguardado do dia. 

Além de Leandro, a madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini (conhecida como Kelly), a amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, e o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz respondem por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Os três devem ser ouvidos na quinta-feira, quando o julgamento chega ao quarto dia. 

PRIMEIRO RÉU INTERROGADO
Boldrini foi o primeiro a ser interrogado. Os outros três acusados foram retirados do salão do júri. Ele pediu para ficar de frente aos jurados e começou a responder às perguntas feitas pela juíza sobre o que aconteceu na época. Boldrini negou participar do assassinato e disse que não pensava que Graciele isso. Histórias que expuseram a relação dele com o filho, expostas desde a morte do menino, foram pontuadas para que o réu falasse sua versão: 

- O doutor Fernando disse: "Leandro, o Bernardo só quer um pouco mais de afeto". Aí ele disse que o Bernardo queria uns coelhos, aí combinamos de começar pelo aquário, porque era mais fácil.

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O promotor Bruno Bonamente perguntou ao médico "como era Bernardo?"

- Ele tinha uma personalidade muito forte. Se ele queria uma coisa, tinha que ser na hora. Às vezes, essa questão da explosão, o que motivou aquela coisa horrível do facão, foi porque ele queria ir posar na Tia Ju (Juçara) e não ia dar porque ela não ia poder. Ele chegou em casa e começou a atirar óculos no chão, controle, o que tivesse pela frente, e gritava, e fazia um "escarcéu". Esses episódios foram crescendo - relatou Boldrini. 

SOBRE DESAPARECIMENTO E ASSASSINATO
- Eu tomei conhecimento quando fui chamado na delegacia (da morte de Bernardo). Perguntei por que estava sendo algemado. Aí a delegada veio para cima de mim dizendo porque você matou o seu filho. Eu disse que não, aonde estava o corpo, que provas tinham contra mim? - respondeu o réu. 

Questionado sobre não ir na primeira comunhão do filho, Boldrini disse: 

- Eu fui com o Bernardo na paróquia. Ele não era muito assíduo. A primeira comunhão foi o seguinte. Eu não sabia quando seria. Dois meses antes disso recebemos um convite de casamento para Santo Ângelo (...) "LConfesso que, se fosse hoje, eu faria diferente. Mas queria que ele tivesse mais responsabilidade, que ele me avisasse antes.

Em um momento, a acusação usou um trecho da fala de Boldrini, que disse que almoçou com Bernardo no dia em que ele desapareceu, se ele não tinha visto o menino sair de casa com Graciele, já que imagens mostraram os dois no carro por volta de 12h20min. Quando o promotor insistiu na questão, ele parou de responder às perguntas do MP por orientação de seus advogados. Foi a vez da defesa de Boldrini começou a fazer perguntas.

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Durante suas respostas, Boldrini assumiu ser um pai ausente mas negou ter participado do assassinato do filho, contrariando o que o Ministério Público afirmou na época do fato, que ele seria o mentor do crime. Acusou, no final de sua fala, Graciele e a amiga Edelvânia de planajar, matar e ocultar o corpo de Bernardo. 

- Jamais faria a monstruosidade de tirar a vida do meu próprio filho (...) o que fizeram com o Bernardo não tem explicação. Foram elas que planejaram, mataram, ocultaram e largaram soda cáustica - disparou.

PERITO CONTESTOU IGP 
Contratado pela defesa de Boldrini, o perito Luiz Gabriel Passos, aposentado do Instituto de Criminalística do Paraná, contestou a versão dos peritos gaúchos na época da investigação do caso. Em 2014, a conclusão da perícia foi inconclusiva se a assinatura na receita de Midazolam era mesmo de Boldrini ou não. O perito particular disse que encontrou sete pontos principais que mostram que não foi o médico quem assinou o receituário e sim outra pessoa tentando imitar sua assinatura. Midazolam foi o medicamento que teria provocado a morte de Bernardo na época. 

Além de Passos, uma ex-professora de Leandro Boldrini e um marceneiro que prestou serviços para ele foram ouvidos. O Diário acompanha ao vivo, de Três Passos, o Tribunal de Júri. Confira como foi a cobertura desta quarta-feira:.


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